Mais uma de contadores de história.
A série de histórias que eu chamo de Contadores de História e Daemons, originalmente não é minha.
Um amigo meu chamdo Gilson começou a desenvolver o argumento dessas histórias, eu entrei de gaiata, e acabei ficando como "parceira" dele.
Agora estou colocando as partes que escrevemos juntos de CheD.
Uma coisa que vale a pena colocar é que sim, Erin é o nome de uma das personagens principais da série ao lado do Asrail...
Desde de que chegara pela primeira vez a Maael havia escolhido aquela floresta como um lugar especial. Talvez pelos "sonhos" que tinha cada vez que entrava lá. Elegera uma pequena clareira perto do rio como seu refugio. Sempre que podia ir até aquele reino fazia questão de passear por ali. Era cercada por arvores imensas de copas cerradas que deixavam apenas uns poucos raios de sol passarem; umas poucas pedras espalhadas ao redor davam ao lugar uma aparência aprazível. Ali não precisava lutar com ninguém, podia ser apenas ela mesma. Não havia necessidade de ficar preocupada com modos, ou convenções, ou com que os outros iriam pensar. Respirou fundo e começou a retirar as botas, depois despiu a parte de cima do uniforme que usava, ficando com a blusa verde clara sem mangas que utilizava sob ele. Tirou o cinto com a espada e colocou ao lado do resto das coisas, subiu a barra das calças e entrou no rio até que a água chegasse aos seus joelhos. Parou e ficou contemplando o céu, absorta em seus pensamentos, até o momento em que Erin ouviu um barulho as suas costas. "Droga! Se for o Fek, vou passar uma semana sem poder me levantar.". Tentou se virar rapidamente, para correr até a espada que ficara na margem, junto com as botas e a parte de cima do blusão verde. Na pressa, acabou pisando em falso, caindo ruidosamente na água, com sua honra e dignidade arranhadas. Tentou se levantar, em vão. As pedras do fundo do rio eram tão escorregadias quanto sabão.
Antes que pudesse se erguer por iniciativa própria, Erin sentiu o toque de alguém segurando-a, pelos braços, erguendo-a em seguida, com certa dificuldade, até que se viu novamente de pé. Entretanto, a menina se virou de forma brusca dizendo a seu benfeitor
"- Me largue! Eu não preciso de ajuda".
A resposta veio num tom de voz baixo, que ela conhecia bem:
- Se você prefere assim...
A garota havia sido levantada o suficiente para que seus pés não tocassem o fundo do rio. No momento em que foi solta, pisou novamente em falso, e foi agraciada com mais um banho. Desta vez sabia que na superfície estaria alguém a observá-la, mas que não se atreveria a estender-lhe a mão sem a certeza de que desta vez sua ajuda seria bem vinda.
Erguendo o rosto Erin pôde ver, por entre as mechas de cabelos que caiam em seus olhos, um rapaz alto e magro, cujos cabelos teimavam em cair em seus olhos. Ele era bonito, não como os outros rapazes que ela conhecia, mas de uma forma suave. Ao se dar conta de que não estavam muito distantes um dos outro, uma idéia passou pela cabeça da menina que começou a sorrir, o que fez com que ele estranhasse.
- Pela forma que você me recebeu, pensei que estivesse chateada com algo. Do que está rindo? - disse Asrail, enquanto se inclinava, estendendo-lhe a mão - Vem, eu te ajudo a levantar.
Não obteve resposta. Erin apenas continuou sorrindo, estendendo sua mão em resposta, segurando a dele com força, e achando um ponto firme para apoiar os pés, puxou o garoto para seu encontro na água. Com essa atitude a garota deflagrou uma pequena guerra aquática entre os dois, que durou alguns instantes até que o rapaz pedisse uma trégua.
- Paz! Eu desisto, não existe maneira de eu vencer você moça.
Erin estava se levantando com todo o cuidado para não cair , estendeu a mão para Asrail dizendo:
- Eu tinha que ajustar as contas por causa do tombo . - Segurando a mão do amigo com força ela usou o peso do corpo para ajudá-lo a levantar.
- Ainda bem que é minha amiga...Imagina se não fosse.
Eles saíram do rio, a garota começou a soltar as amarras que mantinham a calça no lugar, ela começou a tirá-la, sob o olhar pasmado de Asrail, que começava a ficar vermelho, num tom bastante parecido com o dos cabelos da moça.
- Erin, que é que você está fazendo?
- Tirando a minha calça para secar. Algum problema?
Antes que ele pudesse dizer algo, ela terminou de desamarrar os laços e deixava a calça cair na areia. Por um instante o rapaz prendeu a respiração, até perceber que na verdade a blusa era parte de um macacão verde que ia até os joelhos , obviamente grudado ao corpo, de forma a não atrapalhar os movimentos do usuário.
- Nossa... - ele murmurou
- Você disse alguma coisa?
- Não.
- A propósito, acho melhor tirar o seu uniforme também, você pode ficar doente. Façamos o seguinte: tire as roupas e me entregue, e eu as estenderei ao lado das minhas.
O rapaz tirou a camisa e a camiseta que usava por baixo e entregou para a amiga. Mas não tirou a calça comprida que usava, apesar do jeans molhado estar se tornando um incomodo. Depois de estender as duas peças de roupa é que ela se deu conta que ele não tinha nada por baixo da camiseta, o que gerou uma expressão ao mesmo tempo divertida e espantada.
- O que foi? - Ele perguntou constrangido ao perceber o olhar dela.
- Estranho, não usam o cantier na sua terra?
- Cant o que?
- Cantier. - E apontou para o macacão verde que usava, por baixo das roupas
- Não.
- E como fazem quando precisam trocar de uniforme na frente uns dos outros?
Ele suspirou, como explicaria a ela que na Terra as pessoas não se trocavam na frente das outras, a menos que tivessem algum tipo de relacionamento muito intimo.... "Será que ela iria compreender?".
- Não fazemos. Não se sente "observada" quando anda desse jeito?
Ela riu da pergunta dele, ainda rindo respondeu:
- Ora Asrail, qualquer homem que ouse olhar assim para uma "irmã-em-armas" seria morto no mesmo instante pelos seus companheiros...Pelo menos nos exércitos que eu conheço as regras funcionam dessa forma. Agora se a mulher em questão não for uma guerreira, eu espero que ela consiga correr muito, por um longo tempo e bastante rápido.
Ele viu que enquanto ela falava, seu semblante ficava um pouco mais sombrio.
- O que houve? - questionou o rapaz
- Eu vi isso acontecer certa vez...E não foi uma cena bonita. Na época meu instrutor não permitiu que eu me retirasse e obrigou-me a assistir tudo o que aconteceu com a pobre mulher.
Ele passou a mão pelos cabelos dela, sabia que isso sempre a deixava mais calma, e muita vezes até mais animada, puxou-a para perto de si e deitou-a no colo. E assim eles ficaram até que ela dormiu, pouco depois ele também caía no sono.
O cochilo durou alguns minutos apenas, mas foi o suficiente para que ambos acordassem com fome. Felizmente Erin possuía alguma comida na mochila, o bastante para que os dois comessem bem.
Eles ainda conversaram por um tempo, foi quando a moça olhou para o céu e deu um pulo, começando a arrumar suas coisas rapidamente, o que gerou uma certa confusão no garoto:
- O que houve Erin?
- Tenho que ir, meu tutor está me aguardando e eu não posso me atrasar.
- Ah tá...que pena.
Ela terminara de vestir o uniforme verde e agora atava o cinto onde estava a espada. Colocando a mochila nas costas ela saiu correndo por um trilha, sem antes dizer:
- Até mais Asrail.
- Até mais Erin.
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